Risco Cirúrgico: Entenda a importância da avaliação e como ela é feita

A saúde e segurança dos pacientes sempre está em primeiro lugar quando o assunto são procedimentos médicos. Ao lidar com tratamentos invasivos, como cirurgias, é ainda mais importante garantir que todas as medidas de segurança possíveis sejam tomadas.

Hoje, cerca de 30% dos pacientes que passarão por cirurgias são cardiopatas. Os problemas no sistema cardiovascular tornam a intervenção mais arriscada e, assim, é preciso maior preparo por parte de todos os profissionais envolvidos.

A avaliação de risco cirúrgico é obrigatória antes de qualquer procedimento do tipo. O principal objetivo é avaliar o risco de cardiopatia e, caso necessário, preparar o paciente adequadamente para o procedimento.

Nesse artigo, você aprende mais sobre a avaliação de risco cirúrgico e tira suas dúvidas sobre isso.

O que é Risco Cirúrgico?

Todo procedimento cirúrgico apresenta algum grau de risco. Dependendo de diversos fatores, como o tipo de cirurgia ou o histórico médico do paciente, a cirurgia pode se tornar mais ou menos complexa.

Os exames de risco cirúrgico servem, justamente, para estimar o nível de risco para cada paciente. Assim, a equipe multidisciplinar responsável pelo procedimento poderá se preparar e orientar o paciente da melhor forma possível.

Além da possibilidade de mitigar possíveis problemas através da preparação, a avaliação de risco cirúrgico também pode demonstrar se um paciente é ou não um bom candidato para esse tipo de intervenção. Para isso, são levados em consideração os riscos envolvidos e os benefícios em potencial para o bem-estar e saúde do paciente.

Toda pessoa é única. O risco de um procedimento pode ser baixo para um paciente, ou muito alto para outros. Por isso, é fundamental que a avaliação seja realizada caso a caso, com apoio de uma equipe multidisciplinar.

Como é feita a avaliação?

A avaliação do risco cirúrgico se baseia em alguns fatores que influenciam o nível de risco dos procedimentos. Eles são:

  • Procedimento: o tipo de cirurgia, sua complexidade, urgência e o local do corpo onde será realizada, além do tipo de anestesia.
  • Paciente: seu histórico médico e familiar, seu estado de saúde atual.
  • Capacidade Funcional: atividades que o paciente é capaz de realizar no dia a dia.

Assim, a primeira etapa do exame de risco cirúrgico consiste na coleta e análise das informações pertinentes. Vamos entender melhor.

O Procedimento

Quando falamos de avaliar o risco cirúrgico, o tipo de procedimento a ser realizado é um fator importantíssimo. Primeiramente, o médico irá considerar o grau de urgência do procedimento. Isso é importante, pois, quanto mais urgente a necessidade de intervenção cirúrgica, menos tempo o paciente e equipe terão para se preparar.

Por exemplo, se uma cirurgia é eletiva, o paciente deve entrar em sala nas melhores condições possíveis. Já em um cenário onde há risco de vida caso a intervenção não seja realizada, não há tempo para ajuste de medicamentos e preparo.

Outro fator importante é o tamanho do procedimento e área onde a cirurgia será realizada. Por exemplo, cirurgias em tecidos superficiais, como a pele e estrutura dentária, oferecem um nível de risco menor. Da mesma forma, cirurgias em estruturas menores do corpo, como amígdalas, oferecem riscos menores.

Procedimentos mais invasivos, como remoção de parte de órgãos ou transplantes, por sua vez, apresentam mais riscos para o paciente. Ainda, cirurgias em áreas mais complexas como o sistema nervoso, cardiovascular, e regiões abdominal e torácica também oferecem um grau de risco maior.

O Paciente

Cada paciente é único e, por isso, o histórico médico e exames físicos são importantíssimos na avaliação do risco cirúrgico. A avaliação do estado geral de saúde do paciente candidato ao procedimento cirúrgico começa com a coleta de informações:

  • Comorbidades já conhecidas pelo paciente, como hipertensão e diabetes;
  • Medicamentos de uso contínuo;
  • Alergias;
  • Suspeita de comorbidades, normalmente indicadas por sintomas ou alteração em exames físicos;
  • Histórico de saúde da família, como a presença de doenças com elemento hereditário, por exemplo, diabetes e cardiopatias.
  • Idade do paciente;

Além disso, é importante o uso de instrumentos diagnósticos mais precisos, como os exames de sangue, cardiopulmonar e outros procedimentos. Não existe uma lista exata dos exames necessários. Afinal, cada caso tem suas particularidades. No geral, o médico cardiologista deverá levantar informações sobre:

  • Pressão arterial e sinais vitais;
  • Funcionalidade do aparelho respiratório;
  • Sinais de cardiopatia;
  • Sinais de doenças em outros órgãos;
  • Estabilidade e controle das condições crônicas;
  • Obesidade.

Algumas patologias pré-existentes, como doenças vasculares, doenças pulmonares ou autoimunes e tumores também aumentam o risco do procedimento cirúrgico.

Capacidade Funcional

A capacidade funcional do paciente é atualmente estimada através do gasto metabólico para realizar determinadas atividades. Isso é, o consumo de oxigênio, produção de gás carbônico e outros detalhes sobre o funcionamento cardiorrespiratório durante o esforço.

Em muitos casos, a capacidade funcional é medida através de uma estimativa média. Isso ocorre em exames como o ergométrico tradicional, por exemplo.

No entanto, para pacientes com maior grau de risco, o gasto metabólico basal (MET) apresenta uma margem de erro muito grande. Quando é necessário obter dados mais precisos sobre a capacidade funcional, exames como o teste cardiopulmonar podem ser utilizados.

Na avaliação pelo teste cardiopulmonar, é possível avaliar tanto a funcionalidade cardíaca quanto a respiratória, além da estrutura muscular, de forma muito mais precisa.

Saiba mais sobre esse exame nesse outro artigo que publicamos.

Em conclusão, avaliação do risco cirúrgico é importantíssima

Avaliar o risco de um procedimento não serve apenas para determinar se o paciente pode ou não passar por cirurgia. Na realidade, essa análise permite que a equipe médica se prepare com maior eficácia, aumentando as chances de sucesso mesmo em procedimentos muito simples.

Existem diversas intervenções possíveis para o preparo do paciente e mitigação de riscos cirúrgicos. Alguns exemplos são dietas específicas e ajuste de medicamentos. Quando a cirurgia não é urgente, esses fatores podem diminuir os riscos associados ao procedimento e melhorar as chances de sucesso.

O foco da equipe médica sempre está no bem-estar e saúde do paciente. Por isso, a avaliação é obrigatória antes de procedimentos invasivos. Esse é um processo especialmente importante para pacientes cardiopatas, que estão expostos a um risco maior.

Se você ainda tem dúvidas sobre os exames envolvidos na avaliação do risco cirúrgico, não deixe de agendar uma consulta e conversar com seu cardiologista. É importante que o paciente também esteja envolvido no processo de avaliação e recuperação, e sua equipe médica certamente estará pronta para sanar suas dúvidas e ouvir suas preocupações em relação ao procedimento.