Síndrome metabólica é um termo utilizado para se referir a um conjunto de fatores e risco associados ao desenvolvimento de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Isso é, os fatores de risco associadas à síndrome metabólica apontam a maior possibilidade de que o paciente passe a ter algum tipo de doença cardiovascular e cerebrovascular.
Em resumo, dentre eles estão: hipertensão arterial, níveis alterados de colesterol e triglicérides, acúmulo de gordura corporal na região abdominal (cintura) e elevação dos níveis de glicose no sangue.
Essa é uma condição infelizmente muito comum, cuja ocorrência aumenta com estilos de vida mais sedentários.
Se quiser mais informações sobre a Síndrome Metabólica, não deixe de ler esse outro artigo publicado em nosso blog.
Quais são os critérios?
Através das décadas, diferentes critérios foram adotados para definir a Síndrome Metabólica. Hoje, os critérios mais aceitos para o diagnóstico da Síndrome metabólica são o da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o do National Cholesterol Education Program (NCEP).
No Brasil, dispomos do Consenso Brasileiro de Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas. Cada organismo é único. Assim, determinar, em números, um fator que representa risco para a saúde é uma tarefa bastante complexa.
Pelos critérios brasileiros, o diagnóstico de síndrome metabólica é realizado quando três dos cinco critérios abaixo estão presentes:
- Obesidade central: isso é, quando a circunferência da cintura é superior a 88cm em mulheres e a 102cm em homens.
- Hipertensão arterial: pressão arterial sistólica ³ 130 e/ou pressão arterial diastólica ³ 85 mmHg.
- Glicemia alterada ou diagnóstico de diabetes.
- Alterações nos triglicerídeos.
- Alteração do colesterol.
O ideal é realizar seus exames de rotina e acompanhar os padrões do seu organismo junto a um profissional de saúde qualificado. Ter os exames em dia garante que seu médico poderá identificar alterações preocupantes em seu início.
O que esses fatores têm em comum?
Todos os fatores considerados na Síndrome Metabólica têm, como base, a resistência à ação da insulina no organismo.
Isso significa que a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais do hormônio.
Para entender melhor: a insulina é o hormônio responsável pelo processo de absorção de glicose pelas células do corpo. A glicose é transformada em energia para o organismo nas células. Assim, a resistência à ação da insulina prejudica esse processo e eleva os níveis de glicose no sangue. A permanência de níveis elevados de glicose no sangue, por sua vez, é tóxica, inflamatória. Se não tratada, a condição pode levar a complicações não somente cardiovasculares, mas também doenças crônicas não transmissíveis e câncer.
A síndrome metabólica está ficando mais comum?
Infelizmente, esse conjunto de fatores é observado cada vez mais em países desenvolvidos, assim como no Brasil. Um estudo publicado na revista Ciência e Saúde Coletiva estima a prevalência de Síndrome Metabólica em 38,4% da população.
Ainda, os componentes mais observados foram a circunferência da cintura aumentada e níveis baixos de colesterol HDL, inclusive entre a população mais jovem. Isso reflete alta incidência de obesidade e sedentarismo, respectivamente.
A ocorrência de Síndrome Metabólica, segundo o estudo, é maior em mulheres, indivíduos com baixa escolaridade e idosos.
Quais são os riscos?
A síndrome metabólica é um indicador de possíveis problemas com o funcionamento do metabolismo do paciente. O principal risco para os pacientes está no desenvolvimento de patologias cardiovasculares. Por exemplo:
- Hipertensão arterial
- Doença arterial coronariana (bloqueio do suprimento de sangue para o coração)
- Dislipidemia (alterações no colesterol, triglicerídeos ou ambos)
- Acidente vascular Cerebral (AVC)
- Insuficiência Cardíaca (IC)
Além disso, a síndrome metabólica também afeta outras estruturas do organismo.
Síndrome metabólica tem tratamento?
Como a síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco, o tratamento não é específico. Como o problema se manifesta de maneira distinta em cada organismo, é preciso que o médico acompanhe seu caso individualmente para traçar o melhor caminho para sua recuperação.
Saúde preventiva
Realizar os exames de rotina e manter o acompanhamento médico periódico é fundamental, especialmente se você tem histórico de doenças cardiovasculares na família.
É importante destacar que a maioria dos fatores de risco apontados na síndrome metabólica são assintomáticos. Ou seja, o paciente não se sente mal, e a única forma de identificar o problema é através de exames físico e laboraratoriais.
Ajustes de hábitos
A parte mais importante do tratamento para pacientes diagnosticados com síndrome metabólica é o ajuste em hábitos. Esse processo será definido junto à equipe médica, e poderá incluir:
- Desenvolvimento de uma rotina de atividades físicas, tendo em mente as limitações e necessidades do paciente.
- Reeducação alimentar e planejamento de uma dieta balanceada, além do estabelecimento de uma rotina alimentar adequada.
- Mudança de hábitos e do estilo de vida, podendo incluir a suspensão do uso de tabaco e ingestão de bebidas alcoólicas, por exemplo. Hábitos mais saudáveis também podem incluir beber água com mais frequência, evitar consumo de açúcares e alimentos processados, dentre outros ajustes.
Muitas dessas mudanças podem e devem ser acompanhadas por profissionais especializados. A presença de um educador físico, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista, por exemplo, podem fazer mais do que tornar o tratamento mais eficaz.
Intervenções medicamentosas
Dependendo do caso, pode ser necessário o uso de medicamentos no tratamento da síndrome metabólica. Isso acontece, principalmente, quando o paciente apresenta hipertensão arterial crônica ou nível de glicose no sangue consistentemente elevado.
Em conclusão: a síndrome metabólica indica maior risco de doenças cardíacas
Como você aprendeu, a síndrome metabólica é um conjunto de indicadores que apontam para riscos maiores do desenvolvimento de cardiopatias.
Os níveis elevados de glicose e gordura no corpo prejudicam lentamente os órgãos, causando um declínio gradual da saúde do indivíduo.
Isso significa que o melhor que você pode fazer é realizar as mudanças de hábito necessárias para ter uma vida mais saudável antes que o diagnóstico de síndrome metabólica esteja em discussão.
Outra medida essencial é realizar exames de rotina de maneira periódica. O acompanhamento anual com o cardiologista é fundamental para garantir que qualquer alteração preocupante seja identificada precocemente.
Assim, é possível evitar o desenvolvimento de patologias crônicas (como hipertensão e diabetes) e até mesmo prevenir cardiopatias graves.