Os procedimentos cirúrgicos são ferramentas importantíssimas para a medicina moderna, e salvam muitas vidas. No entanto, é natural que o paciente tenha dúvidas e receios quando o assunto é uma cirurgia.
No geral, é importante lembrar que o profissional de medicina tem seu bem-estar como sua maior prioridade. Cirurgias podem melhorar muito a qualidade de vida, ou até mesmo estender a vida de um paciente. No entanto, esses procedimentos sempre envolvem algum tipo de risco.
Dessa forma, antes de recomendar essa rota de tratamento, o médico precisa realizar uma série de testes e avaliações. O objetivo desse processo é entender e quantificar os riscos envolvidos no processo cirúrgico. Dessa forma, tanto o profissional quanto seu paciente poderão tomar decisões mais informadas e assertivas.
Em qualquer área da medicina, é fundamental lembrar que todo paciente é único. Assim, não há uma fórmula pronta para curar cada condição. O médico tem o dever de analisar caso a caso, entendendo as necessidades, expectativas e limitações de cada indivíduo.
Nesse artigo, você aprenderá um pouco mais sobre a avaliação de risco cirúrgico e sua importância.
O que é uma avaliação de risco cirúrgico?
Todo processo cirúrgico envolve certo grau de risco. Por isso, antes de um procedimento do gênero, o médico precisa fazer uma série de testes e exames. O objetivo é avaliar o estado de saúde geral do paciente antes de ser submetido ao procedimento proposto.
Tradicionalmente, esse tipo de processo é conduzido por um médico especializado em cardiologia. Isso porque muitos dos riscos da cirurgia estão associados ao sistema cardiovascular. Alguns exemplos são doença coronariana, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.
O exame de risco cirúrgico é realizado em pacientes de todas as idades, como parte da avaliação pré-operatória para qualquer tipo de cirurgia. Assim, é possível estimar se a cirurgia pode ou não causar problemas à saúde do coração.
Essa é, então, uma medida que ajuda aumentar a segurança de procedimentos mais invasivos, tanto para o cirurgião quanto para o paciente.
No caso de pacientes acima dos 60 anos ou que fazem parte de um grupo de risco, como hipertensos ou diabéticos, o processo de avaliação é ainda mais importante. Isso porque esses são fatores que aumentam o risco de complicações como infarto, durante cirurgias. É importante determinar, nesses casos, se os riscos são compensados pelos benefícios que a intervenção cirúrgica oferecerá.
Como a avaliação de risco cirúrgico é feita?
O médico cardiologista é o profissional responsável pela determinação do risco cirúrgico no pré-operatório de qualquer paciente. Além disso, esse processo é de extrema importância também em atendimentos cirúrgicos de urgência e emergência.
Inicialmente, a avaliação será realizada através do diálogo entre médico e paciente. Nessa primeira fase, é importante levantar o histórico de saúde do paciente, além de condições comumente hereditárias presentes na família. Alguns fatores que serão considerados incluem a idade, doenças crônicas e o tipo de procedimento pelo qual o paciente passará. Depois disso o paciente será submetido a um exame físico completo e detalhado. É sempre necessária a realização do eletrocardiograma de repouso.
Dependendo do caso, poderá ser necessário realizar exames complementares adicionais, que ajudam o médico a determinar o risco cirúrgico de forma mais precisa.
Um bom exemplo é o teste cardiopulmonar, que ajuda o médico a estudar variáveis sobre o sistema cardiovascular, muscular e respiratório do paciente. Também é comum que o médico solicite exames de sangue, radiografia de tórax e ecocardiograma transtorácico.
Através de tabelas, bases de padrões e escalas aprovadas por organizações internacionais de saúde, as informações coletadas pelo médico cardiologista poderão ser interpretadas, determinando-se o risco cirúrgico.
Para que serve o risco cirúrgico
Determinar o nível de risco de uma cirurgia é um processo importante e complexo. Os testes realizados têm como objetivo identificar os riscos de complicações durante e após a cirurgia.
Com essas informações, é possível que a equipe médica torne o procedimento mais seguro.
Dependendo dos riscos apontados pelos testes, seu médico poderá realizar algumas recomendações quanto ao preparo pré-operatório. Por exemplo, a suspensão do uso de determinados medicamentos ou a realização de exames adicionais.
Além dos cuidados no pré-operatório, entender o risco cirúrgico ajuda a equipe durante o processo em si. Isso porque estão mais preparados para identificar problemas em potencial, e poderão reagir de maneira mais ágil e adequada no caso de complicações.
Para o paciente, compreender e informar-se sobre os riscos do procedimento também é muito importante. Muitas vezes, isso ajuda no manejo da ansiedade, que é uma reação emocional natural.
Caso o médico identifique uma condição que potencialmente torne a cirurgia inviável, irá conversar com o cirurgião e com o paciente em busca de diferentes possibilidades de tratamento.
No geral, uma avaliação de risco cirúrgico diminui o risco de óbito, complicações cardiovasculares durante e após a cirurgia, e também possíveis sequelas no pós-operatório.
Em resumo: Determinar o risco cirúrgico é uma forma de proteger o paciente
A maioria dos pacientes submetidos à cirurgia não-cardíaca apresenta baixo risco de complicações pós-operatórias relacionadas com o sistema cardiovascular. Mesmo assim, é fundamental realizar a avaliação de risco cirúrgico.
Isso porque todo paciente é único, e existem muitas variáveis que podem tornar o risco mais alto. Alguns exemplos são a idade, doenças crônicas e o histórico familiar.
No caso de pacientes candidatos às cirurgias cardíacas, esse é um processo ainda mais essencial. Nesses casos, é frequentemente necessário realizar testes mais complexos, como a avaliação cardiopulmonar e exames como o cateterismo coronariano. Isso porque a precisão se torna exponencialmente mais importante para reduzir os riscos de óbito, complicações ou sequelas.
A avaliação de risco cirúrgico e o manejo adequado de pacientes cardíacos de alto risco submetidos a cirurgias exige uma equipe médica cuidadosa e integrada. Todos fazem parte do processo de garantir a segurança do paciente: cardiologista, cirurgião e anestesistas responsáveis pelo paciente.
É preciso que essa equipe se comunique adequadamente e que todas as precauções possíveis sejam tomadas.
Lembre-se, também, da importância de realizar exames de rotina. A prevenção é a melhor maneira de cuidar da sua saúde. Além disso, quando você realiza um acompanhamento médico frequente, é mais simples realizar uma avaliação de risco cirúrgico em situações de emergência.
Quando a equipe médica já conhece ou tem acesso ao seu histórico e entende suas condições crônicas, suas limitações, faz uma grande diferença em um procedimento emergencial.