Preparamos essa matéria para falarmos um pouco mais sobre o teste de esforço cardiopulmonar (TECP) ou ergoespirométrico.
Este exame vem ganhando importância crescente como método de avaliação funcional tanto no Brasil quanto no Mundo. Mas, ainda muitas dúvidas se têm sobre este exame. Espero que gostem, vamos lá!
O TECP é a associação de um teste ergométrico convencional com a análise do ar expirado pelo paciente, que fornece medidas diretas de parâmetros respiratórios, como a capacidade de consumo de oxigênio pelos pulmões (VO2), produção de gás carbônico, frequência respiratória e ventilação pulmonar.
Nas suas aplicações mais frequentes, o teste consiste em submeter o indivíduo a um exercício de intensidade gradativamente crescente até a exaustão ou o surgimento de sintomas e/ou sinais limitantes.
Neste exame se mensura a ventilação (VE), o consumo de oxigênio (VO2), a produção de gás carbônico (VCO2) e as demais variáveis de um teste de exercício convencional.
Adicionalmente, podem ser verificadas, em situações específicas, a oximetria de pulso e as alças fluxo-volume antes, durante e após o esforço. A análise integrada dos dados permite a completa avaliação dos sistemas cardiovascular, respiratório, muscular e metabólico no esforço, sendo considerado padrão-ouro na avaliação funcional cardiorrespiratória.
O que define e qual a sua aplicabilidade?
O TECP permite definir mecanismos relacionados à baixa capacidade funcional, os quais podem ser causadores de sintomas como a dispneia, correlacionando-os com alterações dos sistemas cardiovascular, pulmonar e musculoesquelético.
Também pode ser de grande aplicabilidade na avaliação prognóstica em cardiopatas, pneumopatas e em pré-operatório, além de auxiliar na prescrição mais criteriosa do exercício em sujeitos normais, em atletas, em cardiopatas, em pacientes com câncer e em pneumopatas.
Assim como ocorre com o uso clínico, a pesquisa nesse campo também cresce e várias contribuições científicas de pesquisadores nacionais são publicadas em periódicos de alto fator de impacto.
Deste modo, o teste cardiopulmonar oferece todas as informações disponíveis no teste ergométrico convencional adicionado de dados extraídos da respiração que revelam o real grau de condicionamento físico.
Aplicações do TECP na medicina preventiva e diagnóstica
Hoje o teste cardiopulmonar é uma das mais importantes ferramentas prognósticas para pacientes cardiopatas, pneumopatas e oncológicos. Trata-se de um exame capaz de oferecer aferições mais precisas sobre as funções cardiovasculares, respiratórias e muscular dos pacientes.
Popularizado pela medicina do esporte, esse é, atualmente, o principal aliado no diagnóstico diferencial de diferentes patologias. Ainda, trata-se de um valioso recurso para a avaliação pré e pós-operatória, individualização da rotina de exercícios e diversas outras aplicações.
Mas, como é feito?
O exame tem duração aproximada de 1 hora, contando o tempo de preparo do paciente e o tempo na esteira, e é indicado para pacientes maiores de 18 anos, mas também pode ser realizado em menores, desde que acompanhados por um adulto responsável. Para sua realização é preciso apenas uma requisição médica.
Para tal, o paciente faz todo o esforço físico respirando preferencialmente com a utilização de um bocal, mantendo o nariz obstruído com um prendedor especial, ou então com uma máscara.
Para que é indicado?
– Avaliação funcional de doenças cardíacas e pulmonares;
– Avaliação seriada no pré e no pós-transplante cardíaco;
– Quantificação do risco de pacientes com miocardiopatias (doença do músculo cardíaco);
– Para programar a reabilitação em pacientes com doença cardíaca, oncológica ou pulmonar; e com insuficiência cardíaca;
– Para programar treinamento de atletas;
– Para diagnóstico diferencial da dispneia (falta de ar).
A quem é contraindicado?
– Gestantes;
– Peso corporal acima de 160 quilos;
– Pessoas com doenças agudas;
– Pessoas com instabilidade cardiovascular.
Como se prepara para este exame?
– No dia do exame, após o banho, não utilizar cremes, pomadas ou gel;
– Usar roupa confortável (bermuda ou calça/top/tênis);
– Não fumar 2 horas antes e 1 hora após o exame;
– Dieta normal 2 horas antes ou dieta leve 1 hora antes do exame. O paciente não deve fazer o exame em jejum;
– A suspensão de medicação em uso fica a critério do seu médico e na dependência dos objetivos do exame. Quando o objetivo é diagnosticar a doença arterial coronária, caso seja possível, recomenda-se suspender remédios que possam mascarar as manifestações da doença, como betabloqueadores (atenolol, bisoprolol, metoprolol), inibidores dos canais de cálcio (diltiazem, verapamil) e vasodilatadores coronarianos (dinitrato ou mononitrato de isossorbida, nitroglicerina);
– Recomenda-se ao paciente não expor o tórax desprotegido ao sol até 72 horas após o exame, já que pode surgir irritação da pele no local da colocação dos eletrodos para monitoramento.
Quais as complicações?
São muito raras, mas podem incluir: arritmias, insuficiência cardíaca, síndromes coronárias agudas (angina instável, infarto agudo do miocárdio) e parada cardiorrespiratória.
Passamos informações importantes e gerais sobre o exame ainda pouco difundido, pelo grau de importância, indicação e diagnóstico. Espero que tenha gostado da nossa matéria! Estamos á disposição para a realização do seu exame. Agende já o seu exame!