A Síndrome Metabólica é como chamamos o conjunto de fatores de risco que se manifestam em pacientes. Esses fatores aumentam as chances do desenvolvimento de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Compreender o que caracteriza a síndrome metabólica, quais são os fatores que fazem parte desse diagnóstico e os riscos para a sua saúde é muito importante. Afinal, a informação desempenha um papel importantíssimo quando o assunto é medicina preventiva.
Se quiser mais informações sobre a Síndrome Metabólica, não deixe de ler esse outro artigo publicado em nosso blog.
A seguir, você encontra explicações mais detalhadas sobre o impacto da Síndrome Metabólica no organismo. Vamos falar um pouco também sobre o diagnóstico e tratamento de pacientes com síndrome metabólica.
O que caracteriza Síndrome Metabólica?
Síndrome metabólica é um termo utilizado para se referir a um conjunto de fatores de risco. Esses fatores têm, como base, a resistência à ação da insulina no organismo. Isso significa que a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir maior quantidade desse hormônio.
Para entender melhor: a insulina é o hormônio responsável pelo processo de absorção de glicose pelas células do corpo. A glicose é transformada em energia para o organismo nas células. Assim, a resistência à ação da insulina prejudica esse processo e eleva os níveis de glicose no sangue.
A permanência de níveis elevados de glicose no sangue, por sua vez, é tóxica, levando à inflamação crônica. Se não tratada, a condição pode levar a complicações cardíacas, assim como nos olhos, rins e nervos.
Critérios de diagnóstico da síndrome metabólica
Hoje, os critérios mais aceitos para o diagnóstico da Síndrome metabólica são o da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o do National Cholesterol Education Program (NCEP). No Brasil, dispomos do Consenso Brasileiro de Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas.
Uma dúvida muito frequente é: por que os critérios variam de um país para outro? A resposta é simples: é muito difícil estabelecer padrões rígidos quando o assunto é o corpo humano. Cada organismo é único. Assim, determinar, em números, um fator que representa risco para a saúde é uma tarefa bastante complexa.
Pelos critérios brasileiros, o diagnóstico de síndrome metabólica é realizado quando três dos cinco critérios abaixo estão presentes:
- Obesidade central: isso é, quando a circunferência da cintura é superior a 88cm em mulheres e a 102cm em homens.
- Hipertensão arterial: pressão arterial sistólica ³ 130 e/ou pressão arterial diastólica ³ 85 mmHg.
- Glicemia alterada ou diagnóstico de diabetes.
- Alterações nos triglicerídeos.
- Alteração no colesterol.
O ideal é realizar seus exames de rotina e acompanhar os padrões do seu organismo junto a um profissional de saúde qualificado. Ter os exames em dia garante que seu médico poderá identificar alterações preocupantes em seu início. O acompanhamento a longo prazo é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e individualizado.
Quem tem mais risco de desenvolver síndrome metabólica?
A síndrome metabólica tem se tornado um problema cada vez mais sério, em especial nos países desenvolvidos. Segundo pesquisa publicada no periódico Ciência & Saúde Coletiva (Abrasco), a obesidade central (circunferência da cintura) e colesterol HDL baixo são os fatores mais prevalentes no Brasil, inclusive na população mais jovem.
Os principais vilões são o sedentarismo e os padrões alimentares irregulares e sem balanceamento nutricional. Outros hábitos perigosos são o consumo excessivo de álcool e tabagismo.
Possíveis complicações desencadeadas pela síndrome metabólica
Como aprendemos, a síndrome metabólica não é, em si, uma patologia. Trata-se de um conjunto de fatores de risco que indicam que algo no organismo não está bem. Esses podem ser sinais do início de problemas como diabetes, por exemplo.
Além do aumento dos níveis de glicose no sangue, o principal risco para os pacientes com síndrome metabólica é o desenvolvimento de patologias cardiovasculares, por exemplo:
- Hipertensão arterial
- Doença arterial coronariana (bloqueio do suprimento de sangue para o coração)
- Dislipidemia (alterações no colesterol, triglicerídeos ou ambos)
- Acidente Vascular Cerebral (AVC)
- Doença Arterial Periférica.
Além disso, a síndrome metabólica também afeta outras estruturas no organismo, podendo levar a quadros de:
- Esteatose hepática (fígado gorduroso)
- Gota
- Síndrome do ovário policístico
- Doença renal crônica
- Apneia obstrutiva do sono
- Disfunção erétil
Síndrome metabólica tem tratamento?
Como a síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco, o tratamento não é específico. Isso porque o problema se manifesta de maneira distinta em cada organismo, e é preciso que seu médico acompanhe seu caso individualmente para traçar o melhor caminho para sua recuperação.
Por exemplo, fatores como a diabetes e pressão arterial alterada precisam ser tratados com medicamentos específicos. No entanto, a perda de peso, reeducação alimentar e desenvolvimento de hábitos mais saudáveis são fatores que exigem maior individualização, isso é, um acompanhamento personalizado.
Assim, não existe uma “receita pronta” para tratar a síndrome metabólica. Vencer esse desafio exige esforço conjunto do paciente e equipe médica, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio metabólico e permitir que o corpo volte a funcionar normalmente.
Esse processo poderá incluir:
- Desenvolvimento de uma rotina de atividades físicas, tendo em mente as limitações e necessidades de cada paciente.
- Reeducação alimentar e planejamento de uma dieta balanceada, além do estabelecimento de uma rotina alimentar adequada.
- Mudança de hábitos no dia a dia, podendo incluir a suspensão do uso de tabaco e ingestão de bebidas alcoólicas, por exemplo. Hábitos mais saudáveis também podem incluir beber água com mais frequência, evitar consumo de açúcares e alimentos processados/ultra-processados, entre outros ajustes.
- Dependendo do caso, uso de medicamentos com o objetivo de controlar a hipertensão arterial ou nível elevado de glicose no sangue.
Em conclusão: A prevenção é a melhor rota para cuidar da sua saúde.
Quanto mais cedo os sinais da síndrome metabólica forem identificados pelo seu médico, mais fácil será reverter esses fatores de risco para seu organismo. Níveis elevados de glicose e gordura no corpo prejudicam lentamente os órgãos, causando um declínio gradual da saúde do indivíduo.
Ou seja: a melhor política é evitar que o problema comece. Isso pode ser feito através de mudanças de hábito, incluindo uma dieta mais saudável e a prática de exercícios físicos.
Outra medida importantíssima é manter em dia os seus exames de rotina. O acompanhamento anual com um clínico geral e um cardiologista são essenciais para garantir que qualquer alteração preocupante seja identificada em seu início. Assim, é possível evitar o desenvolvimento de patologias crônicas (como hipertensão e diabetes) e até mesmo prevenir cardiopatias graves.
Para homens a partir dos 45 anos e mulheres a partir dos 50, o acompanhamento deve ser anual, mesmo sem nenhum sintoma ou histórico de doenças cardiovasculares na família. Pessoas que praticam exercícios físicos ou esforço regularmente também devem fazer o acompanhamento regular para devidos ajustes.