As duas maiores causas de morte no mundo têm mais em comum do que apenas a gravidade. A prevenção do câncer e da doença cardiovascular têm sido objeto de muita pesquisa. Ambas têm mais chance de aparecer em indivíduos que acumulam os fatores de risco de cada uma, que são bem parecidos. São sinais de alerta para quem suspeita de qualquer uma delas:

• Hipertensão
• Diabetes
• Obesidade
• Sexo
• Sedentarismo
• Genética
• Tabagismo
• Infarto

Como cada uma das enfermidades é suficientemente complexa, as pesquisas e a literatura médica costumam escolher uma das duas para focar. Uma iniciativa da European Society of Cardiology, divulgada na publicação da entidade, sugere uma abordagem holística que observe em conjunto os fatores que podem deixar pacientes mais propensos às duas doenças. Como cada organismo reage de uma forma diferente a estímulos externos, carga genética ou mesmo infecções, parece mesmo inteligente usar as ferramentas disponíveis para dois alvos distintos, e ter mais chance de prevenir dois males. Dessa forma, prevenção do câncer e da doença cardiovascular.

A estratégia de tratamento de um câncer, por exemplo, pode ser alterada em caso de doença cardiovascular. Da mesma forma, a de um paciente com DCV vai ser afetada se ele receber também um diagnóstico de câncer. Alguns medicamentos usados para recuperação e prevenção das doenças cardiovasculares podem, dependendo do quadro, trazer risco de maior de câncer. O papel do cardioncologista é muito importante para avaliar os prós e contras de cada substância, ajudando o paciente a escolher como prefere enfrentar o tratamento. A abordagem multidisciplinar favorece as decisões mais racionais e ponderadas. E a prevenção, claro, pode evitar que se chegue a esse ponto.

Discreto nos sintomas, o câncer colorretal tem tido aumento na incidência, muito em função do estilo de vida ocidental:

• consumo alto de álcool
• alimentos processados
• carne vermelha
• pouca ingestão de verduras e frutas
• tabagismo
• sedentarismo
• obesidade
• inflamações do intestino.

O câncer colorretal tem maiores chances de cura quanto mais cedo for detectado por uma colonoscopia. Outro ator famoso, Will Smith, fez um mini documentário no ano passado acompanhando a detecção de um pólipo pré-cancerígeno num exame que ele fez ao completar 50 anos, idade em que se recomenda o início do monitoramento na região. 

Os sintomas mais comuns são:

• sangue nas fezes
• alteração dos hábitos intestinais (diarreia ou prisão de ventre persistente, fezes muito finas e compridas)
• cólica
• dor na região anal
• fraqueza, anemia e até emagrecimento sem causa aparente.

A prevenção está diretamente ligada a hábitos saudáveis:

• dieta rica em alimentos naturais com fibras
• atividade física regular
• restrição de carne vermelha, álcool, embutidos e outros alimentos ultraprocessados.

Estudos epidemiológicos, como o publicado recentemente pela Divisão de Prevenção do Câncer do National Cancer Institute (NCI), indicam que a incidência do câncer colorretal é crescente. Este é o tipo que mais tem aumentado em pacientes entre 30 e 39 anos, resultante de um estilo de vida que favorece os fatores de risco.

Este é um exame complementar para o diagnóstico cardiológico, que analisa o comportamento da frequência cardíaca e da pressão arterial do paciente nos estados de esforço e repouso. A partir dele, podemos medir a capacidade cardiorrespiratória e detectar problemas como a temida hipertensão arterial, arritmias, doença arterial coronariana e isquemia miocárdica. O paciente usa uma esteira ou bicicleta ergométrica, para que o médico possa controlar o aumento do esforço físico gradualmente, observando o desempenho das reservas coronárias (o aumento do fluxo sanguíneo nos vasos do coração à medida que o esforço aumenta) e do sistema nervoso simpático e autônomo, que controlam a respiração e a circulação, entre outras funções do organismo.

Como é feito o teste de esforço

Após avaliar a indicação do exame e as características específicas do paciente, o cardiologista estabelece o protocolo de esforço. O próximo passo é a colocação dos eletrodos que enviarão os dados para o eletrocardiograma, e o início da atividade na bicicleta ou esteira. O médico também monitora a pressão arterial com o esfigmomanometro, aquele aparelhinho conhecido popularmente como “medidor de pressão”. O exercício é feito com aumento gradual do esforço, até o índice máximo estabelecido pelo protocolo. A desaceleração também é monitorada, assim como a recuperação. O médico pode interromper o processo em alguns casos de desconforto, mal estar, dor no peito, arritmia grave ou mesmo alterações eletrocardiográficas.

Preparo para o teste

O teste deve ser feito com jejum de pelo menos duas horas e restrição de bebidas alcoólicas, café e refrigerantes. Não se deve fumar no dia do exame. Em caso de gripe ou resfriado, o procedimento deve ser adiado. O paciente deve usar roupas próprias para exercício, tênis, e não passar creme ou óleo no corpo. Como os eletrodos são colocados no peito, as mulheres devem usar um top e os homens podem ter o tórax raspado. O resultado sai cerca de 30 minutos após o teste.