Tratamento e Prevenção da Síndrome Metabólica: Entenda o processo

Síndrome metabólica é um termo que descreve um conjunto de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em resumo, inclui hipertensão arterial, níveis alterados de colesterol e triglicérides, acúmulo de gordura corporal na área da cintura e elevação dos níveis de glicose no sangue.

Essa é uma condição infelizmente muito comum, cuja ocorrência aumenta com estilos de vida mais sedentários.

Você pode aprender mais sobre a Síndrome Metabólica e seus critérios diagnósticos nesse outro artigo que publicamos.

Muitos dos fatores que compõe a síndrome metabólica podem ser tratados. Se detectada precocemente e tratada, é muito provável que o paciente não desenvolva patologias cardiovasculares sérias. Para isso, é necessário entender um pouco melhor o problema.

O que é síndrome metabólica?

Os fatores que compõe a síndrome metabólica têm, como base comum, a resistência à ação da insulina no organismo.

A insulina é o hormônio responsável pelo processo de absorção de glicose pelas células do corpo. A resistência a essa ação prejudica a capacidade das células de gerar energia, além de elevar os níveis de glicose no sangue.

A síndrome metabólica indica riscos para o organismo do paciente, aumentando a probabilidade do desenvolvimento de patologias cardiovasculares.

Pelos critérios brasileiros, o diagnóstico de síndrome metabólica é realizado quando três dos cinco critérios abaixo estão presentes:

  • Obesidade central: isso é, quando a circunferência da cintura é superior a 88cm em mulheres e a 102cm em homens.
  • Hipertensão arterial: pressão arterial sistólica ³ 130 e/ou pressão arterial diastólica ³ 85 mmHg.
  • Glicemia alterada ou diagnóstico de diabetes.
  • Alterações nos triglicerídeos.
  • Alteração do colesterol.

Quais são os riscos?

A síndrome metabólica é um indicador de possíveis problemas com o funcionamento do metabolismo do paciente. Em específico, como aprendemos, a resistência à ação da insulina.

A presença de níveis elevados de glicose no organismo, com o tempo, se torna tóxica. A condição é conhecida como diabetes e, se não tratada, pode levar a complicações cardíacas, nos olhos, rins e nervos.

Além disso, o principal risco para os pacientes está no desenvolvimento de patologias cardiovasculares. Por exemplo:

  • Hipertensão arterial
  • Doença arterial coronariana (bloqueio do suprimento de sangue para o coração)
  • Dislipidemia (alterações no colesterol, triglicerídeos ou ambos)
  • Acidente vascular Cerebral (AVC)
  • Insuficiência cardíaca

Além disso, a síndrome metabólica também afeta outras estruturas no organismo, sendo um fator de risco para certos tipos de câncer.

Como é o tratamento?

Como aprendemos, a síndrome metabólica caracteriza um conjunto de fatores de risco, e não uma patologia em si. Assim, o tratamento difere muito entre pacientes. Isso porque o problema se manifesta de maneira distinta em cada organismo, e é preciso que seu médico acompanhe seu caso individualmente para traçar o melhor caminho para sua recuperação.

Não existe uma “receita pronta” ou remédio específico para o tratamento da síndrome metabólica. É preciso contar com uma equipe multidisciplinar e o esforço conjunto dos profissionais de saúde e do paciente.

O objetivo do plano de tratamento, que deve ser personalizado, é estabelecer o equilíbrio metabólico e permitir que o corpo volte a funcionar normalmente.

Saúde preventiva e diagnóstico

Antes de falar sobre o tratamento, é importante destacar que a melhor abordagem quando o assunto é sua saúde é a medicina preventiva. Realizar os exames de rotina e manter o acompanhamento médico periódico é importantíssimo.

Isso é especialmente verdadeiro quando falamos sobre a síndrome metabólica. Isso porque a maioria dos fatores de risco são assintomáticos. Ou seja, o paciente não se sente mal, e a única forma de identificar o problema é através de exames laboratoriais.

Muitas vezes, é possível identificar os primeiros sinais de alterações, possibilitando o tratamento sem intervenções medicamentosas.

Ajustes de hábitos

A parte mais importante do tratamento para pacientes diagnosticados com síndrome metabólica é o ajuste nos hábitos de vida. Esse processo será definido junto à equipe médica, e poderá incluir:

  • Desenvolvimento de uma rotina de atividades físicas, tendo em mente as limitações e necessidades do paciente.
  • Reeducação alimentar e planejamento de uma dieta balanceada, além do estabelecimento de uma rotina alimentar adequada.
  • Mudança de hábitos no dia a dia, podendo incluir a suspensão do uso de tabaco e ingestão de bebidas alcoólicas, por exemplo. Hábitos mais saudáveis também podem incluir beber água com mais frequência, evitar consumo de açúcares e cafeína, entre outros ajustes.

Muitas dessas mudanças podem e devem ser acompanhadas por profissionais especializados. A presença de um educador físico, psicólogo e nutricionista, por exemplo, podem fazer mais do que tornar o tratamento mais eficaz. Esses profissionais podem ajustar as medidas de acordo com a necessidade do paciente, além de implementar estratégias para tornar a transição de hábitos mais fácil.

Intervenções medicamentosas

Dependendo do caso, pode ser necessário o uso de medicamentos no tratamento da síndrome metabólica. Isso acontece, principalmente, quando o paciente apresenta hipertensão arterial crônica ou nível de glicose no sangue consistentemente elevado.

Em conclusão: hábitos saudáveis são fundamentais para sua saúde e bem-estar

Níveis elevados de glicose e gordura no corpo prejudicam lentamente os órgãos, causando um declínio gradual da saúde do indivíduo.

Isso significa que o melhor que você pode fazer é realizar as mudanças de hábito necessárias para ter uma vida mais saudável antes que o diagnóstico de síndrome metabólica esteja em discussão.

Não deixe de realizar o acompanhamento médico periódico para garantir que qualquer alteração preocupante seja identificada em seu início. Assim, é possível evitar o desenvolvimento de patologias crônicas (como hipertensão, dislipidemia, diabetes e câncer) e até mesmo prevenir doenças cardiovasculares graves.